quarta-feira, janeiro 24, 2007

Um lugar ao sol

O frio é tanto que uma pessoa sente-se um animal vadio, sem eira nem beira e muito menos onde cair morto, à procura da mais ínfima que seja nesga de sol.
Há pouco só não arreganhei raivosamente os dentes e acossei um velhote que usufruía do únicos e parcos raios solares junto à paragem de autocarro, no que se podia transformar num violentíssimo e letal conflito físico, com orelhas arrancadas e arranhadelas profundas no meio de angustiantes ganidos, porque a rua em questão é suficientemente estreita para eu ter podido esperar confortavelmente no passeio oposto, usufruindo assim em todo o seu esplendor do toque caloroso do sol de cara levantada ao céu, como se fosse a mais profunda bênção. E enquanto isso, uma insolente vozinha interior, feita miúda reguila, e olhar de desdém, dizia: “Embrulha! Vai buscari! Tenho mais que tu! ehehehehe”.


Meu Zeus! Ao que uma pessoa chega quando lhe dá para a possessão…vou ali fazer um acto de contrição...

1 Comments:

Blogger Jörf said...

'Soli'(?!), alguém o viu hoje? Tou com um frio... ah, ok, agora que olho para a janela do aprisionamento laboral percebo que ele espreita para mim; todavia, feito miúdo reguila, parafraseando Anäk, digo-lhe sem maneiras:

- Palhaço de merda, onde andaste tu quando precisei de ti pela manhã? Hã?

quarta-feira, janeiro 24, 2007 3:07:00 da tarde  

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